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Entre a dor da perda e a alegria de viver: uma perspectiva sob à luz dos cuidados paliativos

  • Foto do escritor: Renata Evarini
    Renata Evarini
  • 5 de out. de 2020
  • 2 min de leitura

Por Renata Evarini, Psicóloga, CRP 14/02887-3

O que você faria se fosse o último dia da sua vida? Estaria com a sensação de ter valido a pena sua vida?

Falar em cuidados paliativos muitas vezes causa um certo desconforto. Isso porque remete a falar de assuntos bastante difíceis, que muitas pessoas evitam pensar e principalmente falar: doença grave, que ameaça a vida; terminalidade; dor e sofrimento; morte. Nos faz lembrar que somos finitos e que nem sempre todas as doenças tem cura.

Por outro lado, enfrentar essas questões tão difíceis e desconfortáveis remete também a pensar na VIDA. Isso mesmo: na vida. Porque se eu sei que um dia vou morrer, vou pensar em como viver melhor e com qualidade para aproveitar o tempo que eu tenho. Eu só tenho uma chance pra viver, e não posso desperdiçar com coisas sem sentido.

Faz rever valores, objetivos e sentido de vida. Viver de uma forma em que eu possa chegar no final da vida e ficar com a sensação de que minha vida valeu a pena. É encontrar um sentido de vida e acordar todos os dias com uma esperança, por mais simples que seja.

Assim, somente quando paramos de fugir de pensar ou falar sobre a morte, poderemos encará-la de frente. E a partir de então podemos encontrar um sentido de vida.

A morte não é bonita, causa dor e sofrimento, em quem vai e em quem fica. E para quem fica se faz necessário passar por um longo processo de luto, que requer um esforço psíquico muito grande para sobreviver. Viver sem a pessoa amada deixa um buraco imenso, uma dor intensa. Elaborar e ressignificar essa dor é uma tarefa árdua, que muitas vezes necessita de apoio especializado.

Os Cuidados Paliativos vem com uma proposta mais integral e humanizada para cuidar dessas dores, seja do paciente, seja da família e até da equipe. Pensar na qualidade de vida em uma doença que ameaça a vida, acolher, escutar, facilitar encontros e despedidas, propiciar meios de realizar os desejos do paciente e mediar a comunicação estão entre os principais objetivos dos cuidados paliativos.

E por fim, para atuar com essa temática é muito importante que o psicólogo tenha trabalhado as questões de finitude e morte dentro de si mesmo. Muitas vezes, é na psicoterapia e análise que elas podem ser desenvolvidas.


Referências:


ARANTES, A.C.Q. A morte é um dia que vale a pena viver. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.


ARANTES, A.C.Q. Histórias lindas de morrer. Rio de Janeiro: Sextante, 2020.

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