top of page
Logotipo-sem-fundo.png

A autoestima e o amor próprio como enfrentamento no tratamento oncológico

  • Foto do escritor: Renata Evarini
    Renata Evarini
  • 5 de out. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de fev. de 2021

Por Renata Evarini, Psicóloga, CRP 14/02887-3

Não espere concluir o tratamento para começar a viver, para fazer as coisas que gosta, para ser feliz. EXISTE VIDA ALÉM DO CÂNCER. A sua vida é maior do que isso.


Vamos fazer um exercício? “Pense na pessoa que você mais ama no mundo. Em quem você pensou? O que faria por ela?


Talvez você tenha pensado em seu filho, mãe, pai, marido, esposa, etc. E por que você não poderia fazer tudo isso para você mesmo? O amor próprio não deveria ser muito diferente de amar aos outros.


Quem nunca ouviu falar: “precisamos nos amar primeiro para que os outros nos amem”. Para muitos, parece um “conselho” sem sentido, sem importância. Esperamos muito que os outros nos amem, nos cuidem, nos deem valor... ainda mais quando estamos doentes.


E como fazer isso? Olhe para o seu lado “saudável” e procure resgatá-lo. Lembre-se: O que você mais precisa está dentro de você mesmo. E você pode se perguntar: Mas e a família, os amigos e a equipe médica? Ajudam muito! Como é bom nos sentirmos apoiados, principalmente nos momentos mais difíceis da vida, como na doença, por exemplo. Mas, o necessário mesmo, está em VOCÊ.


Pode até soar como egoísmo. Mas o que é egoísmo?


Quando você não se ama, não se cuida, irá cobrar que o outro (marido, esposa, filhos, namorado, mãe, pai...) faça isso por você. Quem não se ama cobra demais do outro. Isso sim é egoísmo, pois o outro também precisa se permitir ser sua própria prioridade.


Por que buscar no outro, se quase tudo o que precisamos está em nós mesmos? Isso não tem nada a ver com um comportamento antissocial, mas sim em compreender que a fonte do amor está dentro de nós. E que existe amor suficiente para nós e para dar aos outros.


Não estou falando que não precisamos amar o outro, cuidar e investir no outro, em sermos generosos. Só estou te convidando a pensar que, para nos relacionarmos com o outro, precisamos, antes, nos apaixonarmos por nós mesmos.

Então, vamos registrar: amor próprio é diferente de egoísmo, que é diferente de solidão.


O amor próprio é um estado de apreciação de si mesmo que cresce a partir das atitudes que apoiam a própria saúde física e psicológica e estimula nosso crescimento espiritual.


Vamos para outro exercício? A partir de agora estabeleça metas simples e possíveis, respeitando as limitações que a doença lhe impõe. Comece cuidando do seu corpo, valorizando o que mais gosta nele; fazendo escolhas saudáveis de alimentos; se exercitando quando possível.


Proponho começar não “se atacando”, não “atacando seu lado sadio”. De que forma nos atacamos? Acreditando que a doença é um castigo ou uma punição; que somos pessoas ruins; que não vamos dar conta de passar pelo tratamento, etc.


Pode ser que o tratamento tenha mudado seu corpo: emagreceu, seus pelos e cabelos caíram, o tom de pele está diferente ou o cansaço e fraqueza tomem conta. Mas lembre-se: estou falando de coisas que são possíveis no momento. Haverá sempre algo que seja possível.


Siga procurando estar perto de pessoas que te façam bem; que a simples presença te faça bem, que te transmita paz.


Procure também fazer programas ou ir a lugares que você goste, respeitando os limites do seu corpo. Vale qualquer coisa: estar em casa, ler um livro, assistir a um filme; cozinhar um prato favorito. Tomar um café com um amigo querido; levar o cachorro para passear; ir ao parque com seus filhos...UFA! Tem tanta coisa para se fazer. O problema é que não damos valor nas pequenas coisas, ou achamos que só é possível voltar a viver quando o tratamento for concluído.


Lembre-se também de cuidar do seu lado espiritual. E não estou falando necessariamente de religião. Mas sim da crença de que existe um ser superior que nos fortalece e que, com ele, não nos sentimos tão sozinhos.


Com o amor próprio, você sempre será capaz de sustentar e superar as fases mais difíceis da sua vida, PORQUE VOCÊ TERÁ A SI MESMO, não importa o que aconteça (Riso, 2017).


Referência:

RISO, W. Apaixone-se por si mesmo: o valor imprescindível da autoestima. 2.ed. São Paulo: Planeta, 2017.


コメント


© 2020 por Renata Evarini. Todos os direitos reservados. 

bottom of page